Tema: O humor de Bocage
Compreensão oral e conversação:
Programa "Levanta-te e ri": Marco Horácio a comparar Bocage e Quim Barreiros (2:40)
Exercício:
Depois de ver o vídeo do pregrama "Levanta-te e ri", responda às seguintes questões:
Onde está Marco Horácio?
Para quem está Marco Horácio a falar?
Que tipo de programa é este?
De quem é que Marco Horácio está a falar?
Onde está Marco Horácio?
O que fazia Bocage?
O que fez a namorada do Marco Horácio quando ele lhe leu o poema de Bocage?
O que aconteceu ao seu amigo para que ele conforta-se-o ao ler o poema "Não lamentes Alcino o teu estado"?
Como podem usar os jovens os poemas de Bocage, segundo Marco Horácio?
O que pode acontecer a uma pessoa que recite estes poemas?
E nunca se viu cu de tanta alvura;
Porém o ver cagar a formosura
Mete nojo à vontade mais gulosa!
Ela a massa expulsou fedentinosa
Com algum custo, porque estava dura;
Uma carta d'amores de alimpadura
Serviu àquela parte malcheirosa:
Ora mandem à moça mais bonita
Um escrito d'amor que lisonjeiro
Afetos move, corações incita:
Para o ir ver servir de reposteiro
À porta, onde o fedor, e a trampa habita,
Do sombrio palácio do alcatreiro [1]!
***
Não lamentes, Alcino, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Corníssimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes cornos têm reinado.
Siqueu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu a c'roa;
Anfitrião com toda a sua proa
Na Fábula não passa por honrado;
Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga letra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;
Tudo no mundo é sujeito à greta:
Não fiques mais, Alcino, duvidoso
Que isto de ser corno é tudo peta.
***
Vem cá, minha Marília, tão roliça,
So'as bochechas da cor do meu caralho,
Que eu quero ver se os beiços embaralho
Co'esses teus, onde amor a ardência atiça:
Que abrimentos de boca! Tens preguiça?
Hospeda-me entre as pernas este malho,
Que eu te ponho já tesa como um alho;
Ora chega-te a mim, leva esta piça...
Ora mexe... que tal te sabe, amiga?
Então foges c'o sesso? É forte história!
Ele é bom de levar, não, não é viga.
"Eu grito!" (diz a moça merencória[2]).
Pois grita, que espetada nesta espiga
Com porrais salvas cantarei vitória.
[2] m.q. melancólico" In. Instituto Antônio Houaiss, Houaiss: Dicionário Eletrônico, v. 1.0, Editora Objectiva, Ltda, 2001
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